
Redução expressiva nos registros marca nova fase no combate à doença; autoridades mantêm alerta e reforçam ações preventivas
São Carlos vive um momento de respiro no enfrentamento à dengue. Após o pico registrado entre março e maio, quando 92% dos casos e todas as 22 mortes foram notificadas, os números começam a cair de forma significativa. De acordo com o mais recente boletim da Secretaria Municipal de Saúde, entre os dias 20 de julho e 2 de agosto foram registrados apenas 19 novos casos da doença — o menor índice em duas semanas consecutivas desde o início de 2025. Na última semana analisada, foram apenas 13 casos.
Desde janeiro, a cidade acumula 25.983 notificações e 19.559 diagnósticos positivos de dengue. Os meses mais críticos foram março e abril, que concentraram, juntos, 18 mortes — 11 em março e 7 em abril. Em maio, outras três mortes foram confirmadas. A partir de então, os dados começaram a despencar: foram 577 casos em junho, 350 em julho e 28 entre os dias 27 de julho e 2 de agosto.
A diretora de Vigilância em Saúde, Denise Martins Gomide, atribui a redução dos casos a uma combinação de fatores, mas mantém o alerta. “Primeiro, vimos a alta proliferação do mosquito Aedes aegypti levando a um número expressivo de casos. Segundo, tivemos agravamento em grupos vulneráveis, especialmente idosos e pessoas com comorbidades, o que elevou o risco de óbitos”, explica.
Segundo a diretora, 86% das mortes ocorreram entre pessoas com idade entre 60 e 93 anos, sendo que 55% tinham entre 80 e 93. Ela reforça a importância do diagnóstico precoce. “Caso a pessoa apresente sintomas, deve procurar imediatamente uma unidade de saúde para avaliação clínica e seguir as orientações médicas, com ênfase na hidratação, que é uma das principais formas de tratamento”, orienta.
O mapeamento das mortes revelou concentração em 13 bairros de São Carlos, com destaque para a Vila Prado e o Jardim Tangará, que registraram três óbitos cada. Outros cinco bairros tiveram duas mortes e seis notificaram um óbito. Cada caso suspeito de morte por dengue é analisado por um comitê de investigação, mesmo quando os exames laboratoriais não confirmam a doença.
Apesar da tendência de queda, as autoridades alertam que o combate à dengue não pode parar. “É fundamental que a população continue engajada na eliminação de focos do mosquito. Água parada em vasos, calhas e recipientes em quintais são armadilhas silenciosas. O combate à dengue é uma responsabilidade de todos”, reforça Denise Gomide.
Com os dados em declínio, São Carlos entra agora em uma nova fase do enfrentamento, menos voltada à emergência e mais focada na prevenção. A diretora de Vigilância em Saúde resume o momento com um alerta direto: “A dengue não dá trégua. Relaxar agora é correr o risco de outro surto.”