
Na manhã desta terça-feira (23), o vereador Sérgio Rocha (PRD) foi o entrevistado do programa Primeira Página no Ar, da São Carlos FM [107,9]. Em tom firme, o parlamentar abordou temas polêmicos como educação, sua opinião sobre denúncia na Comissão de Ética da Câmara, além de avaliar os primeiros meses da gestão do prefeito Netto Donato (PP).
Polêmica sobre professores
Rocha iniciou sua fala comentando a repercussão de declarações feitas anteriormente sobre a atuação de professores na rede de ensino. Ele reafirmou que não generalizou críticas, mas destacou que recebeu denúncias de pais sobre conteúdos inadequados em sala de aula. “Eu tenho o maior respeito pelos professores de São Carlos. Mas uma pequena parte acaba trazendo ativismo político para dentro da sala de aula. Recebemos denúncias de conteúdos pesados sendo passados para crianças de oito, nove anos. Isso revolta os pais, e nós, como vereadores, precisamos dar uma resposta”, afirmou.
Segundo o parlamentar, já houve casos encaminhados até à Polícia Civil, mas muitas situações são abafadas pelas escolas. Ele aconselhou os pais a registrarem boletins de ocorrência quando identificarem irregularidades. “Nós temos maus políticos, maus policiais e, infelizmente, alguns maus professores também. É minoria, mas prejudica nossas crianças. Nossa função é defender a família e o ensino de verdade, sem confundir a cabeça dos alunos com doutrinação”, disse.
Sérgio Rocha também comentou sobre a representação aberta contra ele na Comissão de Ética da Câmara, pelo ex-vereador e presidente do CPP, Azuaite Martins de França, apresentada após suas declarações. “Jogaram a minha fala para a torcida, como se eu tivesse ofendido todos os professores. Até agora não fui chamado pela Comissão, mas estou tranquilo. Não ofendi ninguém, apenas falei a verdade. Se vier punição, que venha, mas acredito que não vai dar em nada”, declarou o parlamentar.
A comissão é composta pelos vereadores Fernanda Castelano (PSOL), André Rabelo (PSDB) e Gustavo Pozzi (PP).
Escola cívico-militar: projeto travado
Outro ponto enfatizado foi a defesa do modelo de escola cívico-militar, cuja implantação no Estado de São Paulo, segundo Rocha, foi travada por questionamentos judiciais. “São Carlos foi contemplada na Escola Estadual Arlindo Bittecourt, escolhida pelo governo estadual. Já havia até policiais aposentados selecionados para atuar como monitores. Mas o projeto está barrado no Tribunal de Contas, porque a oposição entrou na Justiça para questionar como seriam contratados e pagos esses policiais”, explicou.
Rocha relatou ter acompanhado experiências positivas no Estado do Paraná e acredita que a iniciativa melhoraria a disciplina e a qualidade do ensino. “A escola cívico-militar não muda o quadro de professores. Os policiais não dão aula, apenas orientam e trazem segurança. Vi de perto no Paraná, e o resultado foi excelente. Em São Paulo, precisamos vencer a resistência ideológica da esquerda”, afirmou.
Avaliação da gestão Netto Donato
Sobre os primeiros nove meses do governo Netto Donato, o vereador fez uma defesa do prefeito diante das críticas de lentidão. “O primeiro ano é para colocar a casa em ordem. Netto está no caminho certo, buscando recursos em Brasília, São Paulo e até no exterior. As viagens são necessárias. Melhor organizar agora para que, a partir do ano que vem, a cidade deslanche com obras e investimentos”, destacou.
Rocha ainda elogiou a busca por emendas parlamentares e reforçou a importância de São Carlos eleger representantes próprios na Assembleia Legislativa (ALESP) e no Congresso Nacional.
Ainda durante a entrevista, o parlamentar anunciou a destinação de R$ 232 mil em emenda para a reforma da UBS do Santa Paula, além da conquista de uma viatura nova para a Polícia Civil, fruto de articulação com a deputada estadual Marta Costa (PSD). “Emenda parlamentar não é do vereador, é da população. É dinheiro de imposto que deve ser aplicado em saúde, segurança e melhorias para todos os cantos da cidade”, ressaltou.
Questionado sobre críticas ao seu jeito de falar, Rocha disse não se incomodar e se definiu como “caipirão autêntico”. “Eu tenho orgulho do meu jeito simples. Falar português errado não mede caráter. O que importa é ser honesto. Podem me criticar, não me preocupo. Caráter não se aprende na escola”, concluiu.
Ouça a entrevista de Sérgio Rocha na íntegra abaixo: