A Virada Inclusiva movimentou o Paço Municipal nesta quinta-feira (04/12) com o encontro “Quebrando Barreiras, Construindo Inclusão”, que reuniu ativistas, especialistas e gestores públicos para discutir avanços, desafios e caminhos para fortalecer políticas de acessibilidade e promover uma cultura de inclusão em São Carlos.
O ativista Alexandre Amaral abriu o debate enfatizando que a transformação começa na conscientização coletiva. “Esse debate nos permite construir, como diz o tema, essa cultura de inclusão. Começamos a quebrar as barreiras na consciência da sociedade para construir uma cultura de inclusão”, afirmou. Para ele, não basta integrar pessoas com deficiência: é preciso garantir que essa inclusão seja efetiva, digna e guiada por responsabilidade social.
Na perspectiva técnica, o arquiteto Fernando Moreno Pérea, especialista em acessibilidade, lembrou que a inclusão depende diretamente da infraestrutura urbana. Ele destacou que o direito de ir e vir só se concretiza quando calçadas, transporte e equipamentos públicos estão adequados às normas já vigentes. “A pessoa com deficiência precisa sair de casa e chegar aos pontos de interesse. É essencial ter calçadas acessíveis, transporte acessível. Hoje não precisamos de novas leis: precisamos que as normas existentes sejam colocadas em prática”, reforçou.

A dimensão humana do debate foi trazida pela mãe atípica Marli Moretti, que ressaltou a importância de espaços de diálogo e escuta ativa. “É muito importante que abram esses espaços para levarmos informação e conhecimento sobre as barreiras que as famílias e as pessoas com deficiência enfrentam”, afirmou. Embora reconheça avanços, Marli destacou que ainda há um longo caminho a percorrer. “Existe progresso, mas ainda precisamos romper muitas barreiras. É fundamental que tenhamos vez e voz.”
O secretário municipal da Pessoa com Deficiência e Paradesportos, Rafinha Almeida, encerrou o encontro destacando o papel do debate na qualificação das políticas públicas. “Esse encontro foi muito importante para a sociedade e para os servidores da Prefeitura, porque traz a vivência real da pessoa com deficiência e reforça a Lei Brasileira de Inclusão”, avaliou. Ele ressaltou que aproximar técnicos, gestores e comunidade é essencial para tornar a gestão mais sensível e preparada. “Foi uma palestra muito produtiva, que amplia o entendimento e reforça nosso compromisso com a inclusão.”
A Virada Inclusiva segue com uma programação de oficinas culturais, apresentações artísticas, debates sobre empregabilidade e atividades de esporte adaptado, consolidando-se como um espaço fundamental para ampliar o diálogo com a sociedade e fortalecer a participação plena das pessoas com deficiência.

















