DESTAKE | Voo inaugural da Airship coloca São Carlos no mercado mundial de transporte de carga via dirigíveis
Com a presença de diversas autoridades, dentre elas, o prefeito Airton Garcia, o presidente da Câmara, Julio Cesar, colaboradores, autoridades civis e militares do setor aeronáutico brasileiro a Airship do Brasil apresentou nesta segunda, 24, oficialmente o seu dirigível à comunidade são-carlense e brasileira. Um projeto arrojado que mostra que a empresa tem uma ideia de desenvolvimento inovadora para o Brasil e pretende se colocar como uma companhia pioneira que seja exemplo para todo o mundo.
O diretor da Airship, Paulo Vicente Caleffi, discursou durante a solenidade de inauguração do voo que ocorreu no hangar da companhia na zona rural de São Carlos e disse que é muito difícil inovar no Brasil, mas ele fez questão de agradecer aos colaboradores e também ao seu grupo de trabalho que foi muito coeso e acreditou no sucesso do projeto. Ele também lembrou do apoio local que recebeu para que a Airship não se mudasse de São Carlos para Rincão. “Nós mostramos que é possível acreditar numa plataforma de carga aérea”, observou.
Segundo ele, o dirigível é uma solução de transporte de carga para a Amazônia onde existem diversas empresas. “O mundo tem olhado para o que estamos fazendo e hoje fazemos melhor e mais barato, somos brasileiros e em qualquer situação demonstramos competência”, afirmou com orgulho.
A aeronave que fez o voo nesta segunda trabalha em caráter experimental, agora a Airship passa a buscar ter o primeiro dirigível homologado para se tornar uma opção comercial para os brasileiros e também o resto do mundo.
Nesta segunda, os convidados da empresa tiveram a oportunidade de conhecer o dirigível que pousou ao lado do hangar. Uma fila quilométrica de pessoas se formou todos interessados em observar como funciona essa máquina voadora que tanta curiosidade despertou durante meses nos são-carlenses que sempre paravam para observar o céu da cidade.
Aplicações do dirigível
Esta série de dirigível denominada ADB 3-3, cujo início foi apresentado ao público hoje, possui diversas aplicações de treinamento e vigilância, entre elas:
Treinamento de pilotos, tripulação e equipagem de solo pela Escola de Aviação Mais Leve que o Ar (ESALTA), em processo de homologação pela Airship do Brasil;
Vigilância e monitoramento para segurança, proteção do meio ambiente, prevenção de queimadas, controle de fronteiras, entre outros (com uso de câmeras, radares, holofotes, etc), aplicações favorecidas por sua grande autonomia de tempo em voo;
Transporte de passageiros para lazer em voos panorâmicos;
Voos de reconhecimento, aerofotométrico, agricultura, busca e salvamento;
Transporte de pequenas cargas ou passageiros para áreas de difícil acesso e sem infraestrutura aeroportuária;
Inspeção de linhas de transmissão de energia elétrica ou estruturas similares, tais como, dutos petrolíferos;
Marketing e propaganda com marcas impressas em seu envelope e gôndola.
Para estas finalidades, a aeronave foi projetada com 49 m de comprimento e 17 m de altura, com capacidade de carga em torno de 1 tonelada, e espaço para um piloto e até 5 outros ocupantes. Possui um motor de potência 300 HP, atingindo velocidades de até 85 km/h.
Dirigíveis dispensam pista para decolagem e pouso, e podem ser fabricados para grande autonomia de tempo voando ou pairando. Essas aeronaves utilizam sustentação aerostática, podendo flutuar mesmo sem propulsão de motor, o que concede grande segurança ao voo. Adicionalmente, são equipamentos com menor consumo de combustível por quilômetro percorrido se comparados à aviação convencional.
Encontra-se em desenvolvimento o ADB-3-30, dirigível cargueiro com capacidade de carga para até 30 toneladas, 330 m3, 125km/h e autonomia customizada.
(Por Renato Chimirri/São Carlos em Rede)