GERAL | 1º de setembro comemora-se o Dia do Profissional de Educação Física
Neste 1 de setembro, comemora-se o Dia do Profissional de Educação Física. Desde que a ocupação foi regulamentada, em 1º de setembro de 1998, a data foi a forma de reconhecer os trabalhos prestados por estes profissionais.
O Educador Físico está cada vez mais presente na rotina de quem busca qualidade de vida. Já parou para pensar o quanto esse profissional colabora com sua saúde durante a vida? Desde quando a pessoa é criança, o professor que é o responsável por incentivar a prática de esportes e atividades entre os alunos, ajudando a promover a saúde e o bem estar da população.
Vinicius Brassi, é um profissional da área e destaca o porquê de sua escolha profissional e a influência que o estilo de vida causa no bem-estar físico e emocional.
Por que escolheu fazer a graduação em educação física?
Desde de criança sempre pratiquei esportes , sempre fui muito ativo ! Pelo que me lembro, comecei praticando esportes aos 5 anos de idade , desde então nunca mais parei !
Acredito que de uma forma ou de outra eu já sabia que ia ser educador físico! Sempre que observava meus professores de educação física ou treinadores que tive ao longo dos anos, eu me admirava com o carisma, atenção, direcionamento que era dado a nos alunos e atletas! Eu pensava; é isso que quero fazer um dia!“.
O que é ser educador físico para você?
Como a palavra já diz “educador” físico, acredito que o papel principal e fundamental deste profissional é promover saúde, bem estar e qualidade de vida para população em geral!
Ensinar não é transmitir conhecimentos. O educador não tem o vírus da sabedoria. Ele orienta a aprendizagem, ajuda a formular conceitos, a despertar as potencialidades inatas dos indivíduos para que eles próprios encontrem as suas opções em relação à atividade física.
Qual a importância da regularidade do movimento / exercício?
A prática regular de atividade física sempre esteve ligada à imagem de pessoas saudáveis. Antigamente, existiam duas ideias que tentavam explicar a associação entre o exercício e a saúde: a primeira defendia que alguns indivíduos apresentavam uma predisposição genética à prática de exercício físico, já que possuíam boa saúde, vigor físico e disposição mental; a outra proposta dizia que a atividade física, na verdade, representava um estímulo ambiental responsável pela ausência de doenças, saúde mental e boa aptidão física. Hoje em dia sabe-se que os dois conceitos são importantes e se relacionam.
A prática regular de exercícios físicos acompanha-se de benefícios que se manifestam sob todos os aspectos do organismo. Do ponto de vista músculo – esquelético, auxilia na melhora da força e do tônus muscular e da flexibilidade, fortalecimento dos ossos e das articulações. No caso de crianças, pode ajudar no desenvolvimento das habilidades psicomotoras.
Com relação à saúde física, observamos perda de peso e da porcentagem de gordura corporal, redução da pressão arterial em repouso, melhora do diabetes, diminuição do colesterol total e aumento do HDL-colesterol (o “colesterol bom”).
Todos esses benefícios auxiliam na prevenção e no controle de doenças, sendo importantes para a redução da mortalidade associada a elas. Veja a pessoa que deixa de ser sedentária e passa a ser um pouco mais ativa, diminui o risco de morte por doenças do coração em 40%! Isso mostra que uma pequena mudança nos hábitos de vida é capaz de provocar uma grande melhora na saúde e na qualidade de vida.
Já no campo da saúde mental, a prática de exercícios ajuda na regulação das substâncias relacionadas ao sistema nervoso, melhora o fluxo de sangue para o cérebro, ajuda na capacidade de lidar com problemas e com o estresse. Além disso, auxilia também na manutenção da abstinência de drogas e na recuperação da autoestima. Há redução da ansiedade e do estresse, ajudando no tratamento da depressão. A atividade física pode também exercer efeitos no convívio social do indivíduo, tanto no ambiente de trabalho quanto no familiar.
Para as pessoas que não gostam de musculação, praticar outras atividades, como natação ou caminhada, surte o mesmo efeito no corpo?
Ao procurar alguma atividade física, o interesse da maior parte das pessoas é um: perder peso. Já tive um aluno de natação que conseguiu queimar por volta de 1.000 calorias, enquanto outro queimou apenas 300.
Em minha opinião melhor atividade física é aquela que se gosta. “A partir do momento em que o esporte se torna uma obrigação, em que não é prazeroso praticá-lo… é comum que a prática seja cortada da rotina do aluno”, enfatiza Brassi.
É preciso lembrar, contudo, que toda atividade deve ser acompanhada de uma dieta apropriada. Para emagrecer, a dieta representa queima de 60 a 70%.
Com as atividades físicas e, consequentemente, a aceleração do metabolismo, esta percentagem sobe para 80%. Além disso, os exercícios otimizam esse gasto de forma mais saudável – regulando taxas hormonais e melhorando o funcionamento do corpo.
O aluno pode sim substituir os treinos na academia, por treinos ao ar livre, como caminhadas, corridas, natação, exercícios funcionais, etc. E os resultados podem ser satisfatórios do mesmo jeito que seria dentro se uma academia!
Para a perda de peso saudável, quais seriam os exercícios físicos mais recomendados?
A própria prática de exercícios físicos já se impõe como uma” coisa saudável” , desde que seja bem orientada , que respeite as limitações do aluno e que traga benefícios a ele de uma forma geral !
Todo exercício na sua intensidade certa terá um gasto calórico e consequentemente perda de peso ! Mas para aperfeiçoar isso é preciso que tenha uma dieta apropriada!
É de suma importância que se respeite o limite do corpo. E principalmente que não acelere o processo . Cada organismo reage de um jeito a estímulos.
Uns podem perder peso e atingir os resultados que querem mais rápidos que os outros! Por isso é tão importante que esse processo não seja feito com pressa.
Se você quer emagrecer de uma forma saudável, e preciso ter paciência, determinação e muita sabedoria! Por isso o nosso trabalho é tão importante quanto à de um médico, finaliza.
Ensinar é aprender
Ivone Boechat
Ensinar não é transmitir conhecimentos. O educador não tem o vírus da sabedoria. Ele orienta a aprendizagem, ajuda formular conceitos, a despertar as potencialidades inatas dos indivíduos para que se forme um consenso em torno de verdades e eles próprios encontrem as suas opções.
A etimologia revela que o substantivo aprendizagem deriva do latim “apprehendere”, que significa apanhar, apropriar, adquirir conhecimento. O verbo aprender deriva de preensão, do latim “prehensio-onis”, que designa o ato de segurar, agarrar e apanhar, prender, fazer entrar, apossar-se de. Ensinar: palavra latina insignire, quer dizer “marcar, distinguir, assinalar”. É a mesma origem de “signo”, de “significado”.
A principal meta da educação se processa em torno da auto-realização. Logo, ela propõe a reformulação constante de diretrizes obscuras para alcance dos objetivos, comprometidos com a valorização da vida.
O professor, como agente de comunicação, transformou-se num dos mais pobres recursos e dos mais ricos. Quando se imagina dono da verdade, rei do currículo, imperador do pedaço, mendiga e se frustra. Quando se apresenta cheio de humildade, de compreensão e vontade de aprender, resplandece e brilha!
Os estudantes estão abastecidos por uma carga de informações cuja capacidade de assimilação nem comporta. O ser humano tem potência de semi-deus, com emoções de um mortal. O avanço da era espacial em que vive tornou o homem angustiado pela consciência de sua fragilidade para absorver e superar os desafios à sua volta.
É mister que se reestruture o conceito de Escola ou se reconheça a sua derrota. Os que nela atuam não podem continuar a caminhar distantes da realidade, em marcha lenta, porque assim, estão concorrendo para o fracasso. Repetindo uma expressão muito antiga, “a Escola não sabe a força que ela tem.”
Deve-se abolir, de imediato, a cultura do supérfluo, selecionando conteúdos mais significantes e atuais. Não se pode contribuir para que o desinteresse se instale e, conseqüentemente, esvazie o espaço da aprendizagem permanente.
O educador deve se preparar para estar apto perante a onipotência da máquina e não se assustar com a sua eficiência. Estar sempre atento aos transbordamentos da ciência e não se embrutecer na resposta.
De que valem as “reformas” educacionais, se mudanças radicais não ocorrem? Elas passam, os problemas maiores continuam, gerações se substituem e, no universo de perguntas não respondidas, resultados positivos não se operam, muitas vezes.
Os enlatados culturais intoxicam como os outros, se transformam em “pacotes culturais” e saem por aí, empacotando a sensibilidade, a criatividade, que tanto contaminam a educação. Um exemplo? Entende-se barulho como música! Poesia como cafonice, família como utopia, Pátria como sucata.
Quem ama educa, educar é educar-se a cada dia, sem a pretensão de preparar para a vida. O poder de adivinhar o futuro o educador não o possui. Ele orienta, para que, em situações imprevisíveis, se processem alternativas. Educar não é ensinar, é aprender.
Escola comunitária 1ª.edição CNEC Brasília DF 1994