POLÍTICA | Especialista esclarece sobre pesquisas em reunião da CPI da fosfoetanolamina 

O deputado estadual Roberto Massafera, presidente da CPI da Fosfoetanolomina, ouviu esta semana o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Sérgio Simon. Ele esclareceu os parlamentares sobre os protocolos de pesquisas clínicas e as etapas que devem ser cumpridas para a certificação de um novo medicamento.

Também participou da reunião o relator da CPI, deputado Ricardo Madalena. O objetivo da CPI é apurar as “razões que motivam o Estado a não realizar pesquisas para a liberação da fosfoetanolamina”, promissora substância no combate ao câncer.

Em julho de 2016 foram formalizados os protocolos dos testes clínicos com a fosfoetanolamina. Participam da pesquisa a secretaria de Estado da Saúde, o ICESP (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo) e a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Em março de 2017 os testes foram suspensos sob a justificativa, segundo o ICESP, de que substância não apresentou “benefício clínico significativo.”

Com vasto conhecimento na área de pesquisas clínicas, Sérgio Simon esclareceu que esses estudos possuem fases e que seguem protocolos rigorosos no mundo inteiro. Ele destacou que o estabelecimento da dosagem eficaz de uma nova substância no organismo humano é feito através de testes denominados farmacocinéticos e farmacodinâmicos. Esses estudos revelam como as substâncias atuam no organismo, por quanto tempo permanecem e como são expelidas. São testes obrigatórios em pesquisas clínicas.

Pesquisadores do próprio ICESP e auditores externos já ouvidos pela CPI em audiências anteriores confirmaram que os estudos farmacocinéticos e farmacodinâmicos não foram realizados até a suspensão das pesquisas.

O deputado Roberto Massafera afirmou que o depoimento de Sérgio Simon traz uma grande contribuição à CPI. Seu conhecimento pode ajudar a compor um relatório sobre as pesquisas realizadas no ICESP e verificar, com respaldo científico, se os protocolos médicos foram seguidos.

A CPI da Fosfoetanolomina sintética, que investiga os gastos públicos do Estado em pesquisas clínicas realizadas em instituição pública, deverá ainda ouvir mais dez depoentes.

Deixe um comentário