JOGOS ABERTOS | Atletas se despedem das quadras após mais de 10 anos na Ginástica Rítmica

2005: a Ginástica Rítmica fez a primeira apresentação nos Jogos Abertos do Interior como modalidade extra. No ano seguinte tornou-se uma competição oficial. E desde aquele ano, Jéssica Silva, de Cotia, e Caroline Lima (ao centro do pódio), de São Bernardo do Campo, participaram de todos eventos. Neste sábado (17), contudo, elas se despediram das quadras após a disputa que ocorreu no Ginásio da Escola Educativa.

A organização do evento preparou uma justa homenagem a essas meninas, que agora seguirão outros rumos. “Fiquei realmente surpresa, foi muito gratificante. É muito bom saber que você é reconhecida. Faz tanto tempo que eu treino, tanto tempo que conheço as pessoas envolvidas com a ginástica, mas nem imaginava. Estou muito emocionada mesmo com essa homenagem”, falou Jéssica (foto ao lado), que se dedicou à ginástica rítmica dos 9 aos 27 anos.

Caroline Lima, de 20 anos, é ginasta há 12. Atleta beneficiada pela Bolsa Talento Esportivo do Estado de São Paulo, já participou de competições nacionais e internacionais. Ela também não esperava a homenagem. “Fiquei muito feliz porque essa é minha última competição e eu queria terminar com chave de ouro, queria que fosse realmente inesquecível”, disse a jovem que conquistou medalha de ouro na prova individual, no aparelho maças, e encerra a carreira na ginástica comemorando o troféu de prata que São Bernardo do Campo leva para casa.

A jovem decidiu parar para se dedicar ao curso de Direito, que começou a cursar neste ano. “Agora vou precisar estudar muito mais e a ginástica consome muito tempo, exige grande dedicação, são quatro horas de treino por dia, às vezes perdemos feriados, sábados, domingos, então, eu precisei fazer uma escolha”, justificou.

Carol tem uma motivação simples e decisiva para tantos anos de dedicação intensa à ginástica rítmica. “Não é fácil, confesso. Já pensei em desistir inúmeras vezes, mas o amor pelo esporte me fez persistir apesar da dor, às vezes da injustiça, ou até das pessoas que diziam que eu não ia conseguir. Foi por amor”, contou.

EVOLUÇÃO

A saída das meninas vai deixar saudade. Elas acompanharam a evolução das apresentações nos Jogos Abertos do Interior, que têm surpreendido a cada ano. “Uma prova desse aperfeiçoamento da categoria é ver que hoje tem meninas se despedindo, e na categoria infantil, que ocorreu ontem, tiveram meninas começando, então a troca é constante, elas evoluem muito. Aqui temos meninas que já participaram de seletivas de campeonato brasileiro, de seleções sulamericanas e competem até internacionalmente. A evolução é muito grande”, ressaltou Alexandre Couvilier de Oliveira, chefe do Comitê Dirigente dos Jogos Abertos do Interior.