ABERTOS | Bicampeã brasileira, ciclista de São José dos Campos é ouro na prova de resistência

O sino anuncia a última volta de um total de cinco. A bicampeã brasileira de ciclismo Luciene Ferreira da Silva passa sozinha pelo pórtico faltando ainda 8,6 quilômetros para o final da Prova de Resistência, trajeto que ela levaria cerca de 15 minutos para concluir, na manhã desta terça-feira (20). E foi com uma fuga (distância) de mais de seis minutos do pelotão, que a atleta de São José dos Campos recebeu a bandeirada e levou o sétimo ouro dos Jogos Abertos do Interior. Santos ficou com a prata e Indaiatuba com o bronze.

“O circuito é bem seletivo, bem duro. Na reta oposta da chegada estávamos com o vento contra, então foi bem difícil, sem contar que o nível do ciclismo feminino estava bastante alto. Mesmo assim tentei fazer uma fuga, que foi bem-sucedida, e consegui finalizar a prova”, relatou.

Imponente e com braços abertos, Luciene cruzou a linha de chegada sozinha, distante mais de seis minutos do pelotão. Para ela, esse resultado se deve à intensidade dos treinos. “Essa prova é bem importante para nossa cidade e os treinos anteriores a ela são bem duros. Foram 30 dias treinando com o masculino, subindo e descendo serra, fazendo tiro de força na montanha, então acredito que o preparo junto com a equipe fez esse resultado ser 100% positivo”, avaliou.

Além do bicampeonato brasileiro, Luciene da Silva tem 13 títulos nacionais de ciclismo de pista e é TOP 3 nas provas internacionais. Concluir a prova de hoje com tanta liderança deixou-a ainda mais animada. “É maravilhoso, porque as minhas características me permitiram chegar sozinha. E chegar no mesmo circuito onde em 2013 fui campeã brasileira é um orgulho muito grande. Devo isso à toda minha equipe, comissão técnica e minhas companheiras, que são muito unidas comigo nos treinos, nos pensamentos e, principalmente, no entrosamento da equipe durante toda prova”, comemorou.

O técnico da equipe de São José dos Campos, Francisco Manzo, também estava radiante: “Esse é um percurso de alta resistência, bem tático, que tem terreno plano, subida, vento, e isso tudo interfere na desenvoltura do ciclista. Então é maravilhoso ver o resultado dela, é tudo que um técnico quer, ganhar uma prova dessa. E com essa tranquilidade que a Luciene veio, escapando faltando três voltas e abrindo mais de seis minutos das adversárias, é maravilhoso”, festejou.

SÃO CARLOS – As atletas de São Carlos correram na 1ª Divisão, mas não se classificaram na corrida de resistência. “A prova foi bem desafiadora por causa da subida da mata, uma subida bem dura, e estávamos correndo com as principais meninas do Brasil, muitas ‘sprintistas’, então variava muito o ritmo. Na subida, nós sobrávamos um pouco, mas conseguíamos encontrar o pelotão depois, então fizemos muita força a prova inteira. Chegou uma hora em que eu sobrei, as pernas não iam mais”, relatou a atleta Gabriela Morelli.

Ainda assim, a experiência foi gratificante e as meninas de São Carlos saíram bem satisfeitas da prova. “Minha avaliação é positiva porque essa prova não é minha especialidade e não somos profissionais, somos ciclistas amadoras. Sem contar que é uma delícia participar dos Jogos na minha cidade, ver várias pessoas torcendo por mim, meu pai veio me ver, foi emocionante”, comentou.

Trecho do Parque Eco-Esportivo Damha, palco de parte das provas do Ciclismo nos Jogos Abertos de São Carlos