
Bruno Zancheta*
Não é a primeira vez que um vírus toma proporção mundial e deixa o mundo todo em pânico, mas desta vez, a gravidade vai muito além do que possamos imaginar e infelizmente o COVID-19, assim batizado pela OMS – Organização Mundial da Saúde, que teve seu genoma detectado duas semanas após seu surgimento, veio para ficar. Os estados brasileiros dada à gravidade do caso decretaram: estado de emergência e, o governo federal reconheceu, no último dia 17, o estado de calamidade pública, inicialmente com duração, até o final deste ano.
Depois de quatro meses do caso número “zero” registrado na China, mais precisamente na província de Hubei, na cidade de Wuhan, ficamos reféns de um vírus que eclodiu e se alastrou em pouquíssimo tempo para todos os continentes. Produtos de tratamento preventivo para frear a contaminação em nosso país começam a faltar nas prateleiras, como por exemplo, álcool gel, máscaras, etc. Estamos sendo orientados insistentemente à ficar em nossas residências e sairmos apenas para realizarmos o necessário, inúmeros locais, como comércios, bares, clubes, estão sendo fechados por tempo indeterminado, eventos estão sendo cancelados mas, trocando em miúdos, qual o tamanho da pandemia?
A pandemia global, decretada pela OMS significa que existe ao redor do mundo todo, ao mesmo tempo, uma epidemia. A epidemia é um aumento nos casos, seguido por um grande pico e posteriormente um decréscimo. Exemplificando, a China e a Itália, são as campeãs dos casos de COVID-19, seguidas da Espanha. Depois de passados os piores picos, a informação que temos é a de que têm diminuído os casos na China para determinados tipos de transmissão. Na Itália, entretanto, as mortes não sinalizam diminuição ainda. Efeitos colaterais desastrosos se dão no setor econômico, cujas consequências são ainda incalculáveis uma vez que o ciclo econômico produtivo foi quebrado, talvez de maneira irreversível. A economia global está sendo duramente atingida!
Falando em números globais, ao que se sabe, mais de 520 mil casos foram confirmados em mais de 170 países, com mais de vinte e três mil vítimas fatais. Em 08 de março deste ano, chegamos a 105 mil casos, em todo mundo. Para que tenhamos uma magnitude, em aproximadamente vinte dias, os casos mais que triplicaram. Na América Latina, em 20 países já estão com casos confirmados de COVID-19. No Brasil, que teve seu primeiro caso confirmado no dia 27 de fevereiro deste ano, já são mais de dois mil casos confirmados, com quarenta casos fatais e outros em investigação e infelizmente este número deve ser ainda maior. Esta informação tem sido lenta por falta de condições de se realizarem imediatamente, os exames comprovatórios. Segundo pesquisa realizada pela universidade americana de Columbia, os dados de pacientes infectados pelo COVID-19 estão entre cinco e trinta vezes maior do que os números que estão sendo divulgados, ou seja, precisamos estar atentamente vigilantes.
Vale ressaltar que muitas notícias falsas, as famosas “Fake News” estão sendo veiculadas nas redes sociais e vamos desmitificar com este artigo algumas delas e deixar você bem informado. A primeira delas é que Cuba teria uma vacina e esta vacina seria a cura para o COVID-19, isto não é verdade. Há um esforço gigantesco em todo mundo para descoberta de uma vacina, um remédio, mas até o momento não chegamos a nenhuma solução eficaz, comprovada. Outra notícia espalhada nas redes sociais é que ingerir determinado alimento, como por exemplo: alho, ou fazer gargarejo de vinagre com sal, nos tornariam imunes ao novo coronavírus, impedindo de sermos infectados. Isto também não é verdade.
Claro que não podemos nos esquecer do prejuízo financeiro que o COVID-19 tem trazido para todo o mundo com a paralisação de atividades das indústrias, porém não é momento de voltarmos nossa atenção á isso por mais sério que seja, estamos enfrentando senão a maior, uma das maiores pandemias da história e milhões de vidas estão em jogo, principalmente das pessoas que estão em zona de risco. É bem verdade também que diariamente a dengue, por exemplo, também é um problema que nos aflige e tantas outras doenças são letais, porém, na maioria delas temos um sistema de vacinas e prevenções e estamos “preparados” para enfrentá-las. Reforçando, o COVID-19 vitimou um número exponencial de pessoas em poucos dias e ainda não sabemos nem de onde vem e nem como curá-lo, estamos apenas nas suposições. O isolamento dos idosos é uma orientação correta, inquestionável.
Mais do que um artigo, escrevo alguns conselhos para todos: evitem lugares com grandes aglomerações de pessoas, lavem e higienizem bem as mãos e utilizem álcool gel, fiquem em suas residências o máximo possível. Caso percebam os sintomas de uma gripe ou do COVID-19, façam o monitoramento, troquem informações online com seu médico, realizem o exame, coloquem-se de quarentena! Lembrando que não estamos de férias e sim reclusos diante de uma pandemia. É chegada a hora de fazermos a lição de casa. Às pessoas em situação de risco, idosos e que já tem algum tipo de problema de saúde, o recado é ainda mais rigoroso: o COVID-19 não é brincadeira, preservem sua vida e a dos que lhes são queridos.
(*) O autor é Professor da Rede Estadual de Ensino, Cientista Político, Cientista Social e Antropólogo pela UFSCar- Universidade Federal de São Carlos. Graduando em História pela UNIP -Universidade Paulista, Assessor Parlamentar e apaixonado pela vida. É colunista dos sites: São Carlos Agora, Sucesso São Carlos, Região em Destake, São Carlos Dia e Noite, dos Jornais “Primeira Página”, “Gazeta Central” e da Revista Ponto Jovem. Idealizador e Coordenador da Ação Social “Unidos Somos Fortes”.