Instituições se reúnem para pensar crescimento e desenvolvimento da cidade
Com o objetivo de identificar as potencialidades, debilidades, buscar a inovação e pensar o futuro do crescimento e desenvolvimento social e econômico de São Carlos, nas diversas áreas, a Secretaria Municipal de Ciência Tecnologia e Inovação realizou na manhã desta segunda-feira (17/06), uma reunião do Comitê Gestor, grupo de trabalho formado por representantes de instituições como Embrapa, ParqTec, Sebrae, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Inova, USP, Agência de Inovação da UFSCar e Instituto Angelim.
Como o tema Governança do Ecossistema de Ciência, Tecnologia e Inovação da “Capital da Tecnologia” o grupo de trabalho acompanhou também uma palestra de Leonardo Herrmann, analista de Relações Internacionais, que apresentou um estudo sobre o panorama de São Carlos e as vantagens que o município pode extrair ao se inserir no processo de internacionalização. A governança se tornou um pilar crucial para os resultados do ecossistema.
São Carlos tem o maior PIB da região – R$ 11,8 bilhões -, localização privilegiada no estado, mão de obra qualificada, polo científico com alcance global com 2.947 auxílios e bolsas da FAPESP, ligando a cidade ao mundo, através de países como Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Espanha, setor de serviços desenvolvido (57,5%), indústria (30,8%), exporta produtos e equipamentos para países como Estados Unidos, México, Argentina, Colômbia, França, Chile, entre outras relações internacionais.
Os cientistas de São Carlos criaram um grupo de trabalho para pensar o ecossistema de inovação da cidade e o ecossistema de desenvolvimento cientifico e tecnológico que surgiu da necessidade da apresentação de um projeto para a 5ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia. O objetivo é discutir processos de desenvolvimento econômico, em reuniões com temas variados, elaborar um documento do Comitê e consolidar o modelo de São Carlos de Ciência e Tecnologia, ressaltando que grande parte dos cientistas brasileiros e agências de desenvolvimento consideram que o desenvolvimento científico a ciência, tecnologia e inovação fundamentais para a transformação social do Brasil.
O secretário Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação, José Galizia Tundisi, explicou que a proposta é estabelecer uma política permanente de ciência e tecnologia, manter o Conselho de Ciência e Tecnologia e o Fundo Municipal de Ciência e Tecnologia para que se possa estabelecer parâmetros de desenvolvimento, transformação social e desenvolvimento econômico. “A cidade ganha como o trabalho do grupo de estudos, vamos trabalhar para mudar a qualidade de vida da população nas áreas de ciência, tecnologia, saúde, educação, emprego e renda e melhorar as desigualdades sociais. Quando se estabelece um processo de desenvolvimento baseado em ciência e tecnologia, aumenta o salário das pessoas com as startups e as novas empresas de base tecnológica e o impacto é menos agressivo do ponto de vista ambiental quando se desenvolve empresas de base tecnológica tornando a cidade sustentável e inteligente”, salientou.
Silvio Goulart, presidente do ParqTec, lembra que a ênfase do município é ciência tecnologia e inovação com o apoio de diversas entidades, se formando a hélice tríplice que é a interação de diversas instituições para promover o desenvolvimento por meio da inovação e do empreendedorismo.
“O ecossistema de ciência tecnologia e inovação da cidade tem como diferencial atrativos para novos investimentos em pessoas. O grupo discute os problemas da cidade tornando o ecossistema organicamente funcional. A ideia é ver como pode ser feita a colaboração conjunta, buscar recursos, projetar a cidade, ou seja, um esforço conjunto dessa faceta nova e moderna e desafiadora onde São Carlos se destacas entre os municípios do Brasil”, disse.
Leonardo Hermann, analista de Relações Internacionais apresentou um estudo sobre o panorama de São Carlos e as vantagens que o município pode extrair quando se inserir no processo de internacionalização, uma tendência que vem ocorrendo globalmente, uma aposta como forma de buscar soluções para desafios locais, atrair investimentos e uma infinidade de vantagens. “São Carlos é um campo fértil para o sucesso de um processo de internacionalização, e mostramos um levantamento histórico e econômico da cidade, principais parceiros de exportação e importação, produtos que a cidade exporta e o aspecto científico de pesquisa de São Carlos que tem como diferencial a economia do conhecimento em função das universidades e industrias de tecnologia”.
Para o analista de Relações Internacionais, São Carlos também pode ser beneficiar da internacionalização em razão das comunidades epistêmicas (conhecimento), formadas por pessoas com interesses comuns gerando intercâmbio de ideias e soluções para diversos problemas.
Mirlene Simões, secretária regional da Sociedade Brasileira de Progresso da Ciência (SBPC), enfatiza que São Carlos é uma cidade diferenciada por conta das iniciativas das empresas de base tecnológica e esse Comitê Gestor está pensando como essas empresas apoiadas pela nova industrialização podem integrar de forma eficaz a ciência e a pesquisa. “Esse processo será importante para que possamos superar a miséria, as desigualdades, a violência e promover a inclusão, afinal estamos vivendo um momento de novas demandas tecnológicas de produção e o esforço é no sentido de como São Carlos pode se mostrar a partir de experiências e tradição na pesquisa, ciência e se apresentar para o breve futuro com desenvolvimento econômico, social e autonomia para os caminhos de desenvolvimento”.
José Manoel Marconcini, chefe geral da Embrapa Instrumentação, explicou que a ideia é reunir as instituições que fazem ciência, tecnologia e inovação de São Carlos e ter um fórum horizontal de conversas, “contribuindo com olhar e participações e abrir novas oportunidades para o crescimento da cidade, ampliar o PIB de ciência, tecnologia e inovação do município, gerando novas tecnologias e empregos de alta renda”, finalizou.