A Delegacia de Polícia de Ibaté investiga um caso de estelionato que começou com a promessa de uma vaga de trabalho e terminou com tentativas de transferência indevida de um veículo no nome da vítima. O boletim de ocorrência foi registrado no dia 13 de novembro e detalha uma sequência de encontros presenciais, troca de documentos e uso de endereços temporários em São Carlos para dar aparência de legitimidade ao suposto processo seletivo.
De acordo com o relato, a vítima buscava emprego pela internet quando recebeu mensagem, via WhatsApp, de uma pessoa que se apresentou como representante de uma agência de recursos humanos. O golpista solicitou documentos pessoais e marcou um encontro presencial em um escritório localizado na região central de São Carlos, onde afirmou que o candidato teria sido aprovado para uma vaga de motorista e deveria realizar exames médicos. Ele recebeu, inclusive, uma guia.
Dias depois, um novo encontro foi marcado em outro endereço comercial, também em São Carlos. A autora alegou dificuldades no retorno dos exames e, durante a conversa, manteve ligações telefônicas simulando contato com uma clínica. Ela então informou que seria necessário um procedimento de “reconhecimento facial” para acessar um condomínio onde o suposto futuro chefe estaria, orientando a vítima a aguardar novas instruções.
A terceira reunião ocorreu novamente em um local diferente, igualmente alugado por hora, segundo relatos posteriores de um dos responsáveis pelos espaços. O encontro durou cerca de 40 minutos, e após ele a autora deixou de responder mensagens e interrompeu todo contato.
O caso ganhou contornos ainda mais suspeitos quando a vítima passou a receber notificações do Detran relacionadas a uma transferência de veículo em seu nome — situação que motivou a ida a um despachante, que identificou possível uso indevido dos dados pessoais fornecidos anteriormente.
A vítima descreveu a autora do golpe e informou que não percebeu a presença de câmeras nos locais visitados. Conversas por WhatsApp e documentos foram anexados ao boletim, cuja integridade foi confirmada por meio de hash digital.
A Polícia Civil segue investigando o caso, que foi registrado como estelionato consumado, com autoria ainda desconhecida. O procedimento agora está sob apreciação da autoridade policial.


















