
Dia 18 de fevereiro vai ficar marcado como um dos dias mais tristes da minha vida, pois meu querido avô, fisicamente, se foi para sempre. O dia 19 também!!
Clécio Nunes de Melo ou simplesmente Clécio Bucheiro ou ainda “Padin” [esse apelido confesso que não sabia, mas o amigo José Luiz Ruscito revelou durante o velório do meu avô hoje] deixou uma profunda marca que nenhum tempo e ninguém poderá apagar.
Filho do estado de Pernambuco, o ‘Seu’ Clécio se mudou com a minha avó Maria e as filhas para Ibaté, quando minha mãe ainda era uma criança, e abriu um comércio na Avenida São João, esquina com a rua Visconde de Pelotas, ao lado da Lojas Certeza.
Trabalhou durante muitos anos na Usina e no Matadouro Municipal, de onde herdou o apelido de Padin, segundo o Zé Luiz, e de Clécio Bucheiro. O segundo sei explicar muito bem, pois foram inúmeras as histórias que ouvia do “velho”.
Filho da região nordestina, meu avô recolhia os miúdos bovinos e suínos dos animais que eram abatidos no Matadouro para preparar os pratos típicos daquela culinária e comercializar com os amigos, que passaram a chamá-lo de “Clécio Bucheiro”.
Aliás, quantas não foram as vezes que presenciei meu avô, juntamente com minha avó, costurando buchadas, fazendo linguiça de chouriço, pendurando carne no varal para fazer a carne do sertão [aqui conhecida como carne de sol], enfim, essa era a vida que eles tinham na rua Adelmo Trevizan, na Vila Bandeirantes.
Tive uma infância muito próxima do meus avôs maternos. Aos domingos, reunir a família inteira na sala para assistir o Gugu e o Silvio Santos na “TVS”, fazia parte do regulamento da família. E todos se reuniam! Enquanto os primos brincavam no quartinho de brinquedos, pois o quarto da vó Maria era trancado por causa das bonecas que tinha um zelo danado, os adultos conversavam e fofocavam de todo mundo [risos]. Lembro de uma mangueira que tinha na frente da casa dos meus avós, fazia uma sombra danada; dos cavalos, das cabras [e como era gostoso tomar leite de cabra], das mangas, seriguelas, enfim, passa um flash na cabeça!!
Mas voltando a falar do meu avô Clécio, sem medo de errar, afirmo que seus ensinamentos e suas sábias palavras para sempre farão eco nas nossas consciências. Homem sem estudo, mas de um profundo conhecimento de todas as coisas. Alto astral, era difícil ver o meu avô sem um riso no rosto.
Seu amor e postura protetora, não só com os familiares, pois sabemos que ele ajudou muita gente, sempre que pode, para sempre aquecerá nossos corações. Lembro no início da década de 90, quando meu pai ficou desempregado, o tanto que meu avô nos ajudou! Tenho inúmeras histórias que conheço desse lado solidário dele, mas quem o conheceu sabe bem como ele era!
Antes de terminar, não poderia deixar de citar a minha descoberta no dia de hoje: meu avô é filiado ao PMDB de Ibaté, desde o ano de 1971, e já foi candidato à vereador, atendendo ao convite do também saudoso ex-prefeito Nelson Rodrigues. Talvez isso explique o amor que tenho pela política. No DNA? Talvez sim!
Sentiremos saudades eternas daquele que foi um dos homens mais fortes e melhores que já pisaram neste planeta. Até sempre e descanse em paz, vô Clécio!
Paulo Melo – seu neto que te ama muito e que relatou apenas algumas coisas de tantas milhares que vivemos juntos!!
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