
A cidade de Ibaté, no interior de São Paulo, foi palco nesta terça-feira (29) da 2ª edição do Julho das Pretas, evento que celebrou a resistência, o protagonismo e as trajetórias das mulheres negras. Com o tema “Mulheres negras em marcha por reparação e bem viver”, a programação contou com rodas de conversa, apresentações culturais, homenagens e momentos de reflexão sobre as desigualdades sociais, raciais e de gênero.
O encontro teve como objetivo acolher, fortalecer e valorizar as vivências de mulheres negras — pretas e pardas —, além de indígenas e todas aquelas que atuam na defesa das pautas antirracistas e de equidade de gênero. A iniciativa buscou evidenciar a importância da luta coletiva, da memória histórica e da reparação social como caminhos para uma sociedade mais justa e inclusiva.
Ao longo da programação, falas emocionadas marcaram os depoimentos de participantes que, em suas trajetórias, enfrentaram o racismo estrutural e o apagamento histórico. Mulheres da cidade e da região compartilharam experiências e projetos de empoderamento feminino e comunitário, reforçando a importância de espaços como esse para visibilidade, escuta ativa e construção de redes de apoio.
O Julho das Pretas foi instituído em alusão ao Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado em 25 de julho. Em Ibaté, a iniciativa vem ganhando força como um importante instrumento de educação antirracista, formação cidadã e valorização da cultura afro-brasileira.
A realização do evento foi fruto da articulação entre lideranças comunitárias, movimentos sociais e o poder público local. Para as organizadoras, a continuidade e ampliação de ações como essa são fundamentais para enfrentar o racismo e promover a equidade de oportunidades.
“A gente não quer apenas resistir. Queremos viver com dignidade, ocupar espaços e ter nossas vozes ouvidas. Esse encontro é parte dessa caminhada coletiva”, destacou uma das participantes.