
Rita Fajardo falou sobre os desafios da legenda, a renovação de quadros e a relação com o governo municipal.
Na manhã desta segunda-feira (18), a presidente do diretório municipal do PT de São Carlos, Rita de Cássia Fajardo, foi a entrevistada do jornal Primeira Página no Ar, da São Carlos FM [107,9]. Em sua primeira participação no programa após assumir a presidência do partido, Rita falou sobre os desafios da legenda, a renovação de quadros e a relação com o governo municipal.
Ela destacou que o PT local passa por uma fase de reorganização após o Processo de Eleições Diretas (PED), realizado em todo o país. Segundo Rita, o diretório municipal teve chapa única e conseguiu unir diferentes grupos em torno de um programa comum. Agora, os principais desafios são fortalecer a presença do partido nos bairros e ampliar o diálogo com a população. “Precisamos enraizar o PT na sociedade e mostrar a importância das políticas do governo Lula, que já garantiram R$ 139 milhões em repasses para São Carlos só neste ano, entre Bolsa Família, Pé-de-Meia e Minha Casa Minha Vida”, ressaltou.
A dirigente também afirmou que a renovação interna é uma prioridade. Ela citou como exemplo a entrada da jovem Gabriela, de 18 anos, que assumirá a área de comunicação. “Estamos em um processo de transição, preparando novos quadros. Todo partido precisa oxigenar sua militância, trazendo novas lideranças para o futuro”, disse. Atualmente, o PT de São Carlos tem cerca de 3.200 filiados, mas apenas 1.200 ativos. “Nosso desafio também é reorganizar esse cadastro e fortalecer a participação da base”, completou.
Sobre o cenário eleitoral de 2026, Rita confirmou que o ex-prefeito Newton Lima colocou seu nome à disposição como pré-candidato a deputado estadual e revelou que a legenda deve lançar também uma candidatura a deputado federal, provavelmente de um nome mais jovem. Questionada sobre Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara e novo presidente nacional do PT, ela avaliou que sua candidatura a deputado federal ainda é incerta devido às responsabilidades nacionais que ele assumiu.
Em relação à política municipal, Rita defendeu as críticas feitas por Newton Lima ao prefeito Netto Donato (PP), especialmente sobre a polêmica taxa do lixo. “A população se indignou porque não houve diálogo. Faltou participação popular, que é uma marca do PT. Se fosse obrigatório cobrar, como determina a lei federal, poderíamos ter feito de outra forma, com valores menores e audiências públicas”, afirmou.
Ao comentar a derrota de Newton Lima nas últimas eleições municipais, mesmo após liderar as pesquisas, Rita avaliou que o partido pecou pela falta de campanha de rua e por falhas na coordenação. “Não foi salto alto, mas houve desorganização. Faltou diálogo entre militância e coordenação. A nossa marca sempre foi a campanha de rua, e dessa vez não fizemos bem”, reconheceu.
A entrevista também abordou a relação com outras forças da esquerda na cidade, como o vereador Djalma Nery (PSOL). Para Rita, eventuais desentendimentos não devem comprometer a construção de uma frente ampla em defesa da reeleição do presidente Lula. “Os objetivos maiores superam as diferenças pontuais. Vamos ampliar as articulações para fortalecer a oposição local e nacionalmente”, afirmou.
Rita encerrou sua participação defendendo maior envolvimento da sociedade nos conselhos municipais e nos espaços de participação popular. “Um conselho é fundamental porque aproxima a sociedade civil das decisões públicas. São Carlos precisa retomar esse protagonismo perdido em gestões anteriores. O cidadão comum também tem deveres com a cidade e pode interferir nas prioridades do orçamento”, concluiu.
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