A edição desta terça-feira (18) da coluna Direto ao Ponto, veiculada na São Carlos FM, durante o Primeira Página no Ar, reuniu uma ampla análise dos principais temas da semana com o vereador e cientista político Jùlio César (PL). Em meio a uma manhã chuvosa, o parlamentar conversou com os jornalistas Ivan Lucas, Paulo Melo e Ronaldo Piloto sobre economia, programas sociais, infraestrutura urbana, mercado de trabalho e cenário político nacional.
O encontro, marcado por opiniões firmes e avaliações críticas, percorreu assuntos que vão dos cinco anos do PIX a debates sobre iluminação pública, sinalização de vias e o impacto do Bolsa Família na economia local.
Jùlio abriu sua participação destacando os cinco anos do PIX, criado em 2020 durante o governo Jair Bolsonaro (PL). Ele classificou o sistema como “uma mudança de chave” para os brasileiros e para o comércio, ressaltando que a ferramenta substituiu TED e DOC e eliminou cobranças antes comuns ao sistema bancário. “O PIX não só substituiu as formas tradicionais de pagamento, como redefiniu a forma de lidar com o dinheiro no dia a dia”, afirmou.
Apesar da popularidade, o vereador reforçou que ainda há desafios importantes, especialmente no campo da segurança. O aumento de golpes e tentativas de fraude com o uso do sistema, segundo ele, exige do país uma regulamentação mais robusta. “Cinco anos é muito pouco. É uma novidade que precisa evoluir em segurança”, avaliou.
A conversa também abordou a desinformação que circulou nas redes sociais sobre uma suposta proibição do cultivo de tilápia no Brasil. Jùlio classificou o conteúdo como falso, citando esclarecimentos já feitos pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo Ibama. “É assustador imaginar que o Brasil, com o potencial hídrico que possui, cogitaria importar tilápia da Tailândia”, criticou.
Embora a espécie tenha sido incluída em uma lista de avaliação ambiental, o vereador destacou que o documento não implica qualquer restrição imediata à sua criação ou comercialização. Para ele, a prioridade deveria ser fortalecer a produção nacional, evitando decisões que possam beneficiar poucos em detrimento do produtor brasileiro.
O vereador comentou ainda os dados divulgados pelo Núcleo de Economia da ACISC sobre o impacto do Bolsa Família no município. Em setembro, São Carlos registrou 8.359 beneficiários com renda média de R$ 671, totalizando R$ 5,7 milhões injetados na economia local, ou seja, 9% equivalentes ao total de vínculos formais de trabalho.
Jùlio demonstrou preocupação com a dificuldade de parte dos beneficiários em migrar para uma condição autossustentável. Para ele, o país vive uma “equação complexa”, na qual cerca de 48 milhões de trabalhadores sustentam o restante da população. “O Bolsa Família é fundamental em momentos de necessidade, mas não pode ser eterno. Deve ser uma ponte para autonomia”, defendeu.
O vereador criticou também declarações de membros do governo federal sobre “substituir a carteira de trabalho pelo cartão do Bolsa Família”, classificando a ideia como “um erro perigoso”.
A participação de ouvintes ampliou o debate, sobretudo com mensagens que pediam empregos com perspectiva de carreira. Júlio respondeu citando sua trajetória. “Comecei na lavoura. A primeira oportunidade não define o futuro, mas o esforço sim.”
Outro ponto recorrente em sua agenda é a iluminação pública. Júlio afirmou que a população tem manifestado forte insatisfação com ruas escuras em bairros diversos, como Vila Isabel e Douradinho. Vídeos publicados pelo parlamentar mostram ruas completamente às escuras.
Mesmo após a cobrança da nova taxa de iluminação pública, a manutenção segue sob responsabilidade da CPFL, até que a transição do sistema para a Prefeitura seja concluída. “Lâmpada queimada é convite ao crime. A população paga e espera o serviço funcionando”, afirmou.
O vereador disse estar recolhendo endereços enviados pela população para levar os casos diretamente à CPFL e ao Executivo municipal.
Júlio comentou o anúncio do prefeito Netto Donato (PP) sobre novos terminais de integração do transporte coletivo e classificou a iniciativa como necessária. No entanto, reforçou críticas ao atual contrato com a empresa responsável pelo sistema. “O contrato precisa ser revisto. Faltam linhas, faltam ônibus e a tarifa zero não trouxe a qualidade que deveria”, declarou.
O parlamentar também relatou ter recebido um abaixo-assinado com quase 500 assinaturas pedindo sinalização horizontal e vertical adequada. Segundo ele, a falta de placas e a numeração instável das residências prejudicam entregas, deslocamentos e serviços essenciais. “É um problema crônico, simples de resolver, mas que exige vontade administrativa”, afirmou, citando que a Prefeitura está levantando custos e alternativas.
Após um ato de vandalismo no espaço destinado aos motoboys, entregadores reivindicaram a instalação de câmeras de segurança, cobertura ampliada e Wi-Fi. Júlio disse que pretende discutir recursos e emendas para viabilizar melhorias. “Desde a pandemia, eles desempenham papel fundamental. Precisam de condições dignas de trabalho”, declarou.
Júlio critica condecorações
No bloco final, Júlio comentou a decisão do presidente Lula da Silva (PT) de condecorar Janja, o ministro Alexandre de Moraes e o influenciador Felipe Neto por “serviços prestados à educação”. “O que eles fizeram pela sala de aula? É um tapa na cara dos professores, que compram materiais do próprio bolso e não são reconhecidos”, criticou.
Para o vereador, as homenagens reforçam “um ciclo de autopromoção política” e ignoram profissionais que sustentam o sistema educacional na ponta.
A edição terminou com mensagens de ouvintes sobre mercado de trabalho e denúncias de esgoto no rio Tijuco Preto, caso que o vereador prometeu verificar ainda nesta terça-feira. Júlio encerrou reforçando o convite à população. “Terça-feira que vem, às 7h30, estamos de volta com mais análise e prestação de contas.”
Ouça a participação de Jùlio na íntegra:

















