SÃO CARLOS | Santa Casa faz primeira captação de múltiplos órgãos de 2017
A Santa Casa de São Carlos, através da Comissão de Captação e Transplante de Órgãos e Tecidos, realizou no final da noite desta quinta-feira, 12, a primeira captação de múltiplos órgãos de 2017.
Um paciente de 46 anos teve a morte encefálica atestada na noite desta quarta-feira, 11, após uma série de exames, que comprovaram o diagnóstico. A família em um ato de solidariedade e humanismo autorizou a doação dos órgãos.
A captação feita pela equipe de médicos do Hospital das Clínicas de São Paulo irá atender até três pacientes já que serão doados os rins e o fígado para a transplante. O procedimento durou aproximadamente quatro horas e os órgãos seguiram para São Paulo e Ribeirão Preto onde serão transplantados. O fígado em até 12 horas e os rins em até 20 horas, segundo informações do médico e coordenador da Comissão de Captação de Órgãos da Santa Casa de São Carlos, Ivan Carlo de Manzano Linjardi.
A Comissão da Santa Casa já conseguiu realizar desde 2009, quando foi criada, dez captações de múltiplos órgãos; só em 2016 foram realizados quatro procedimentos.
Linjardi disse que é importante que a pessoa expresse em vida seu desejo de ser doador de órgãos, para que a família possa juridicamente, efetivar a doação.
O Ministério da Saúde ressalta que hoje, pela legislação brasileira, a retirada de órgãos e tecidos de pessoas com morte encefálica comprovada só pode acontecer após a autorização da família. Por isso, quem tem interesse em doar órgãos deve manter a família avisada, diz o governo.
O passo principal para você se tornar um doador é conversar com a sua família e deixar bem claro o seu desejo. Não é necessário deixar nada por escrito. Porém, os familiares devem se comprometer a autorizar a doação por escrito após a morte.
Linjardi ressaltou que a Santa Casa está preparada tecnicamente para que as equipes de captação façam os procedimentos cirúrgicos. Entretanto, reforçou o médico: o trabalho da Comissão só teve sucesso nas oportunidades de captação de múltiplos órgãos ocorridas desde2012, porque as famílias estão informadas sobre a importância da solidariedade da doação.
“A conscientização da população sobre a importância desse ato de doação também é muito necessária para alcançar o objetivo de salvar vidas”, comentou Linjardi.
As enfermeiras Maria Thereza Lazzarini e Cibele Lourdes Rubert, que fazem parte da Comissão, acompanharam todo o procedimento dessa primeira captação de 2017.